domingo, 1 de julho de 2007

1º Capítulo - Parte II

Na sexta-feira seguinte à conversa, minha mãe veio falar comigo, assim que cheguei do colégio.

- Jeremias, toma banho e se arruma que teu pai vai te levar pra casa da tua tia Nair, pra você ficar lá esse final de semana...

- Agora?!

- Daqui a pouco ele vai passar aqui.

Aquilo não me aborreceu. Afinal, poderia ser divertido. Na casa da minha tia tinham muitas crianças. Eram três primas e um primo, o tal Cláudio, que era um garoto de treze anos, hiperativo e mal-educado. Mas das minhas primas eu gostava, em especial, da Vania de oito anos.

Como minha mãe havia me dito, às duas horas da tarde meu pai passou para me pegar. Assim que chegamos, ele me agarrou pelo braço e procurou Cláudio.

- Jeremias, vou te deixar com teu primo pra vocês brincarem esse fim de semana. - Olhei para Cláudio e detestei a idéia. Ele tinha os cabelos arrepiados e uma cara de maluco. Estava na puberdade, sua voz soava mal, não era fina nem grossa. Era alto e magro. Eu não ia ficar brincando com aquele garoto!

- Vamos lá pra rua! - Cláudio, chamou-me.

- Vamos... - Depois que meu pai fosse embora, eu daria um jeito de me desvencilhar de Cláudio.

Quando cheguei na rua, lá estavam outros garotos, bem mais velho que eu, soltando pipa. Fiquei sentado na calçada esperando que meu pai saísse. Cláudio foi brincar e me ignorou.

Depois que meu pai saiu, voltei para a casa da minha tia e procurei por Vânia. Tudo ficou melhor. Jogamos dominó e inventamos outras brincadeiras. Era o tipo de passatempo que eu gostava. Sem violência, sem correria.

À noite, tive que me separar de Vânia, pois, evidentemente, eu teria que dormir no quarto de Cláudio.

Assim que entrei percebi que estava bem desarrumado. Havia um armário, cujas portas estavam quebradas e uma cama de casal onde meu primo dormia.

Cláudio estava com uma expressão estranha e falava pouco. Não me incomodei com aquilo, arrumei o meu lado na cama e deite-me. Assim que me embrulhei, ele deitou-se ao meu lado. Notei que se movimentava muito, mas como eu estava cansado, logo adormeci.

Deveriam ser umas seis horas da manhã, quando acordei em uma situação inesperada. Meu primo havia abaixado meu short e tentava penetrar-me com seu pênis. Em questão de segundos, várias coisas passaram pela minha cabeça. A primeira seria a de perguntá-lo porque fazia aquilo, a segunda seria a de fazer um escândalo e acordar todas as pessoas da casa, a terceira seria a de agredi-lo fisicamente. No entanto, aquele contato passou a me atrair. Sentia um prazer inexplicável. Havia ouvido os meninos da rua falarem em "dar", em "comer", mas tudo aquilo era muito distante para mim. Até então, eu não sabia o que era sexo.

Deixei que Cláudio me penetrasse. Fingi que dormia e passei a curtir aquela sensação gostosa e indefinível.

Prematuro, aquele era o meu primeiro contato sexual e eu nem sabia o que representava. Na verdade, meu corpo ainda era de criança. Eu não possuía o mesmo impulso para o sexo, que o meu primo tinha. Ele havia entrado na puberdade e eu não. Mesmo assim pude usufruir e saber o quanto gostava "daquilo".

Meu primo teve um orgasmo dentro de mim e eu estranhei. Não sabia o que era um orgasmo. No momento, pensei que ele estivesse passando mal.

- Que que você tem?! - Perguntei e ele percebeu que o tempo todo, eu participava "daquilo".

- Eu gozei...

- Ah, é... - Fingi que sabia o que era. Tinha ouvido os meninos falarem a respeito, mas nunca tinha visto.

Senti que havia algo gosmento entre as minhas pernas. Corri até o banheiro e me limpei. Não sabia o que era aquilo. Pensei que fosse cuspe. Quando voltei para o quarto ele havia adormecido. Deitei-me e dormir novamente.

Esse relacionamento entre mim e meu primo não terminou nessa vez. Várias outras aconteceram, sempre da mesma maneira, sem se falar sobre o assunto. E conforme se repetiam eu participava cada vez mais, satisfazendo todos os desejos de Cláudio. Eu gostava daquele contato, mas não sabia o que era um orgasmo, nem o que tudo aquilo representaria, mais tarde, em minha vida. Eu era uma criança...

2 comentários:

Raphael Martins disse...

Sempre os primos... sempre... rs

Linda disse...

Mas será que se isso não tivesse acontecido, tudo seria diferente hoje? Você responsabiliza esse episódio com o seu primo por tudo o que aconteceu depois?
Entenda por favor que eu não estou de forma alguma te criticando, são perguntas para que eu consiga entender o que você pensa sobre isso somente.